Os jurados acataram a tese da promotoria que defendia o cometimento de excesso culposo por Hilton Soares Souza Filho, conhecido como "Hiltinho", acusado pela morte do humorista Ricardo Sena de Macedo Soares, o "Ricardo Bomba", de 37 anos, em maio de 2019. O julgamento realizado nesta quinta-feira (17) no Fórum de Belém, presidido pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), como o réu confessou o crime, teve a pena base de um ano e meio reduzida em seis meses, restando um ano de prisão, que foi convertida em pena restritiva de direitos (serviços comunitários).
A defesa do réu pediu aos jurados a absolvição por entender que ele cometeu a agressão em legítima defesa, e só se defendeu dos ataques de Ricardo Soares. A promotoria também entendeu que o réu se defendeu, concluindo que houve a legítima defesa, mas para o promotor Edson Augusto Souza, em um segundo momento, houve um excesso culposo, e Hilton deveria ser condenado por isso. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), o promotor sustentou que o réu, ao desferir soco e chutes, causou a morte da vítima.
Pedro Carvalhares Gouveia, dono do bar onde ocorreu a briga que resultou na morte de Ricardo, afirmou em depoimento, que foi o humorista quem teria provocado o início da confusão que resultou nas agressões. Ao final da manhã, Hilton, comerciante de 27 anos, alegou em seu interrogatório que agiu em legítima defesa e que foi a vítima quem começou a lhe agredir e, por isso, ele reagiu.
O caso
O humorista "Ricardo Bomba" morreu após se envolver em uma briga, em maio de 2019, no conjunto Pedro Teixeira, no bairro do Coqueiro. Segundo relatos de testemunhas repassados à polícia, Ricardo estava bebendo próximo à praça principal do conjunto quando teve início uma briga entre ele e Hilton. Em determinado momento, o acusado derrubou o humorista, que caiu e bateu a cabeça na calçada, ficando gravemente ferido. Em seguida, o agressor ainda deu vários chutes na cabeça da vítima.
Em imagens que circularam à época do crime nas redes sociais, é possível ver que diversas pessoas acompanharam as agressões, mas ninguém interviu na briga até o momento em que Ricardo caiu no chão. Nessa hora, eles afastaram o agressor e socorreram o ator, que chegou a ser conduzido até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Icoaraci, mas acabou falecendo.
Em depoimento, Hilton alegou não ter tido intenção de matar a vítima. Ele foi preso em Imperatriz, no Maranhão, no dia 07 de maio de 2019, seis dias após o crime. O acusado foi recambiado para o Pará após autorização judicial, mas no dia 5 de junho do mesmo ano recebeu um habeas corpus que o autorizou a deixar a prisão e responder o processo em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica. O réu foi julgado pelo crime de lesão corporal seguida de morte.
Fonte: Redação Integrada/OLiberal